NÃO É FADISTA QUEM CANTA
Maria Letras sopa-de-letras
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Recebendo e dando vida
Como um Dom da natureza
Que lhe enaltece a beleza
Duma postura assumida;
E mesmo na dor sentida
O amor de mãe é pureza
Que a faz mulher certeza
Em ternura construída;
Mas é também companheira,
Moldando agruras e dores
Com um sabor delicado;
Quase indiferente à canseira,
Com a leveza das flores,
Tem sempre um beijo guardado .
Cascais ,08 de Março de 2002
Joaquim Isqueiro
Maria Letras sopa-de-letras
O Tejo leva nas águas
Os desejos de Lisboa
P’ra lá da “Boca da Barra”.
E a cidade chora mágoas
P’los olhos da Madragoa
Soluçadas à guitarra
Sobressaltam-se as colinas
Escurecem os terraços
Ao som dum plangente fado,
Cala-se a voz das varinas
Cessam no Terreiro os passos
Ardem sonhos no Chiado .
Mas Lisboa é como é, gosta do rio,
Colina de Santo André,
Graça e Rossio,
Relíquias de São Vicente,
missa na Sé,
Feira da Ladra ,I
ntendente, Cais do Sodré.
Voltam no voo das gaivotas
Os desejos de Lisboa,
Mudando o rumo à cidade,
Voltam os barcos às docas,
Uma varina apregoa:
_”Quem quer molhos de saudade ?!...
E eu gosto de a ver feliz
distraída dia-a-dia
no bulício da Ribeira,
Cingida ao Martim Moniz,
Entre a velha Mouraria
E a Praça da Figueira
Mas Lisboa é mesmo assim,
gosta de Alfama .
Namora em cada jardim,
Campo Santana
Sobe a costa do Castelo,
chão de Basalto
Laço branco no cabelo,
no Bairro Alto .
Junho, 1989
Joaquim Pires Isqueiro
Maria Letras sopa-de-letras
Ai, quem me dera!
Que o sonho chegasse ao céu,
Abrisse uma Primavera,
Construísse uma quimera,
Unindo o teu peito ao meu.
Ai, quem me dera!
Que a Lua p’ra nós sorrisse,
E nos falasse sincera,
Que não defraudasse a espera,
E o nosso amor se cumprisse.
Ai, quem me dera!
Que ainda fosses menina,
Como então eu também era,
E ficasses à janela,
A veres-me espreitar à esquina.
Ai, quem me dera!
Voltar a ter a emoção,
Da vontade que tivera,
Na rua aonde nascera,
Deixar-te o meu coração.
Joaquim Isqueiro
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Naquela noite de fado,
ardia na nossa mesa
uma vela pequenina;
E eu, feliz a teu lado,
enlevado na pureza,
do teu olhar de menina.
A voz quente da cantante,
soava em nós como apelo
incendiando desejos;
um poema insinuante,
um verso sentido e belo, s
ugere troca de beijos.
Lenta a viola tangia,
refreando o andamento
da guitarra buliçosa ;
No ar paira uma magia,
Que embriaga o sentimento,
da nossa alma ansiosa.
Este fado, velho canto,
que gosto desde menino,
tem fala intemporal ;
Que não se perca o encanto…!
Façamos nós o destino,
que não queremos fatal.
Naquela noite de fado,
revivemos velhos sonhos,
provocámos os sentidos;
E cada tema cantado,
tinha um sabor a medronhos,
nos verdes anos colhidos.
Cascais ,18.07.1993
Joaquim Isqueiro
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Se o fado fosse a expressão
Do sentir que há no meu peito
Minha voz em turbilhão
Gerada no coração
Soava em fado perfeito
Chorava a par da guitarra
À viola acompanhado
Seria como a cigarra
E numa noite de farra
Morria a cantar o fado
Mas fado não é tragédia
Nem só dor nem só tormento
Não é drama nem comédia
E desde a Idade Média
É expressão do sentimento
E quem não sentir o fado
Não cante com fingimento
Já ninguém é enganado
Com falso tom magoado
O fado exige talento.
Fado não é oração,
Nem é carpir de lamentos
É apenas a expressão
Ditada pela razão
Que dá voz ao sentimento .
Joaquim Pires Isqueiro
(03/01/89)
Maria Letras sopa-de-letras
“FADO”
A Guitarra dedilhada,
É apelo que se sente,
À Viola acompanhada,
É uma “Sina” cantada,
Num Fado dentro da gente.
Joaquim Isqueiro- 26.03.2016
Maria Letras sopa-de-letras
“ Este poema,
que aqui tenho,
e te leio,
mas desdenho,
ainda agora o escrevi,
com empenho,
para ti.
Repara como é raro,
quase simplório,
mas belo,
e premonitório…!
Foi fácil de fazer.
Nada diz, é notório;
podes crer.
Não é muito longo,
mas tem calor...!
Eu sei,
não fala de amor,
mas tu entendes:
Tem o tal sabor,
como sempre pedes.
Espero que gostes
e que o entendas.
Bem vês;
Dou-te estas prendas,
que a custo faço,
Mas, quando encomendas,
O meu abraço…???
2 de Fevereiro de 2016
joaquim pires isqueiro
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Poema que me foi, gentilmente, oferecido pelo amigo Joaquim Isqueiro
Agasturas e moideiras…!
(com um beijinho de PARABÉNS)
Hoje acordei meio esquisito.
Espreguicei-me dolente,
Mal botei os pés no chão:
Vi-me ao espelho: - Tás bonito!
-Isso é lá cara de gente?
-Mas que cara dum cabrão…!!!
Espelho meu, não sejas mau !
Disse eu fazendo mesuras,
P’ra disfarçar as olheiras…
-Não sejas “cara-de-pau”,
Que me fazes agasturas ,
Com as tuas moideiras…!!!
Logo hoje que eu queria,
Parecer bem a uma amiga,
Vens-me tu com essas “tretas”…
Mesmo assim, dou neste dia,
PARABÉNS numa cantiga,
À amiga Maria Letras…!
Cascais 31 de Dezembro de 2015
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