QUADRAS DE ANTÓNIO ALEIXO
Maria Letras sopa-de-letras
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No amor não há perdão
Quando somos magoados
Pois só quer o coração
Apenas sermos amados
Amor com amor se paga
Já diz o velho ditado
Cada erro é uma chaga
No peito do ser amado
Na amizade é diferente
Porque não é interesseira
E tudo perdoa a gente
Se a dita é verdadeira
É por isso que acredito,
Talvez concordem comigo,
Se ter um amor é bonito
Melhor é ter um amigo
Amores vêm, amores vão
Mas n'amizade certeira
Há amigos que até são
Amigos p'ra vida inteira
Maria Letras, UK
26.10.2021
Maria Letras sopa-de-letras
Naquele monte branquinho
De igreja caiada ao lado,
Havia a horta e um burrinho
E a vida cheirava a fado
De tão cruel, a desdita,
Dois maridos lhe levou
Mas teve a graça bendita
Dos filhos com que ficou
Eram onze e em escadinha
Tantos para alimentar
Por mais que doesse, tinha
Que a comida racionar
Certa vez, na sua ausência
O açúcar não escapou
Era tão grande a carência
Que o grupinho o atacou
Porém, como a mãe tardava
O medo veio de mansinho
E o cinto que ela usava
Ameaçava o grupinho
Veio então a grande ideia
Acreditem não vos minto
Pegaram enxada e candeia
E foram enterrar o cinto
Mas pior foi a emenda
Que o soneto, diz o povo
Quantos dias sem merenda ?!
Ou viria um cinto novo ?!
Cansada a mãe lá chegou
E ao preparar a refeição
Vê que o açucar acabou
E reune o grupo então
O resto já se adivinha...
Tiveram que desenterrar
O cinto da sua mãezinha
Para com ele apanhar
Maria Letras, UK
19.10.2021
Maria Letras sopa-de-letras
O tempo passa a correr
E tudo leva como o vento
E a gente a envelhecer
Sem querer, a perder o tento
Cada dia está mais perto
A linha que marca o corte
Da nossa vida, que é certo
Se vai transformar em morte
Por mais que dela se diga
Ninguém sabe na verdade
Se é na morte que se abriga
A eterna felicidade
De todos os que partiram
Ninguém voltou p'ra contar
O que foi que por lá viram
E que os não deixou voltar
Enquanto por cá andamos
Demos uso ao coração
Porque qualquer dia vamos
Sem direito a dizer não !
Maria Letras, UK
18.10.2021
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Maria Letras sopa-de-letras
A noite é amiga é companheira
Ampara sempre a nossa alma
Quando todos vão embora
É na noite que encontramos a maneira
De chegar à paz e à calma
Que às vezes tanto demora
A noite é uma porta p'rá boémia
Traz os copos traz o fado
Traz a desgraça também
Em forma de alcoolémia
Destroi qualquer ser honrado
E faz dele seu refém
Mas a noite não é só a perdição
E nos caminhos da magia
Há que saber escolher
Pois a noite é uma boa companhia
Se abrirmos o coração
Sem nos deixar corromper
Amo a noite e o seu doce aconchego
Vagueio p'los seus caminhos
Quase perdida de mim
Será mania ou é vício a que me apego
Voar como os passarinhos
Entre quimeras sem fim
Maria Letras, ES
28.09.2021
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