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Maria Letras sopa-de-letras
Andávamos tão ocupados
Com os olhos no futuro
Preocupados com tudo
E agora estamos trancados
Dentro dum gigante muro
Sob um céu que é surdo-mudo
Tantos já foram caçados
Pelo virús dos desafectos
Literalmente falando
Vão embora amedrontados
Sem dizer adeus aos netos
Nem a quem fica chorando
Nem ao menos na mortalha
Lhes é concedido o direito
De serem acompanhados
São levados como tralha
Deixando um rombo no peito
Daqueles por quem são amados
É o vírus da maldição
Ou talvez seja o castigo
De todos os desatinos
Que proibe a afeição
E não nos deixa dar abrigo
Nem mesmo ao dobrar dos sinos
De repente pára o mundo
Nada mais é como era
Anda o coração nas mãos
Um sofrimento profundo
Quem espera desespera
Para abraçar seus irmãos
Se ao menos isto servisse
Pra raça humana aprender
A ser grata e a respeitar
Talvez o futuro sorrisse
E em cada amanhecer
Voltasse o sol a brilhar
Por hora nada se sabe
Aguardamos ansiosos
Enquanto o mundo se esvai
Esperamos que isto acabe
Temos os dias penosos
E a vida em standby
Maria Letras, UK
10.01.2021
publicado às 08:00