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Fev17
AEROGRAMA
Maria Letras sopa-de-letras
No dia 16 de Fevereiro de 2011 escrevi no blog VIVENDO E APRENDENDO um pequeno texto sobre aerogramas ( http://devoralondres.blogs.sapo.pt/9243.html ). Quero mostrar aqui um dos comentarios que me deixaram , a esse texto.
De José Silva a 21 de Junho de 2011 às 16:40
Quantas vezes me lembro de riscar com uma bolinha os dias que faltavam para regressar a Portugal, tinha mulher e uma filha, Pais e demais família, lembranças de Angola fui-lhes enviando em bate estradas; quando regressava de uma patrulha, escrevia vários com as datas em que estive no mato, para não dizer que tinha andado em patrulha e quando estive no HML era só aerogramas que eu enviava e nunca disse que estive quase a morrer; hoje escrevo aerogramas via e-mail para a Justiça, porque sou um bandido, que reclama o que lhe pertence:
AEROGRAMA
percorria o seu caminho
e era grátis o seu envio
levava amor e o carinho
anos, dias e meses a fio
-
sempre que era enviado
por todo o seu familiar
ia ter com esse Soldado
como s'o fosse acordar
-
as damas, de sul a Norte
desejavam ser madrinhas
acendiam neles um forte
sabor das suas terrinhas
-
patrulhando pelos matos
em busca de desconhecido
levava na mente, retratos
os desse alguém querido
-
se um dia não chegava
ao estar numa patrulha
receio tinha, lá pensava
ele me mata esse pulha
-
sofrendo sem a comida
passando sede pelo calor
ele ia pensando na vida
longe de seu doce amor
-
o bate estradas era sim
semeado de muitas cores
mesclado de um jardim
a doçura de uns amores
-
recheado com perfumes
ele lembrava cheiro dela
semeado com uns ciúmes
por causa duma donzela
-
e serás sempre lembrado
lembras tempo que tinha
o regresso de um Soldado
salientado com a bolinha
-
rios, mares, picadas, ares
indo muito vezes de avião
o correio grátis de militares
será sempre a recordação!
-
Eugénio dos Santos
AEROGRAMA
percorria o seu caminho
e era grátis o seu envio
levava amor e o carinho
anos, dias e meses a fio
-
sempre que era enviado
por todo o seu familiar
ia ter com esse Soldado
como s'o fosse acordar
-
as damas, de sul a Norte
desejavam ser madrinhas
acendiam neles um forte
sabor das suas terrinhas
-
patrulhando pelos matos
em busca de desconhecido
levava na mente, retratos
os desse alguém querido
-
se um dia não chegava
ao estar numa patrulha
receio tinha, lá pensava
ele me mata esse pulha
-
sofrendo sem a comida
passando sede pelo calor
ele ia pensando na vida
longe de seu doce amor
-
o bate estradas era sim
semeado de muitas cores
mesclado de um jardim
a doçura de uns amores
-
recheado com perfumes
ele lembrava cheiro dela
semeado com uns ciúmes
por causa duma donzela
-
e serás sempre lembrado
lembras tempo que tinha
o regresso de um Soldado
salientado com a bolinha
-
rios, mares, picadas, ares
indo muito vezes de avião
o correio grátis de militares
será sempre a recordação!
-
Eugénio dos Santos