MAO SALVADORA
Maria Letras sopa-de-letras
Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
Maria Letras sopa-de-letras
Maria Letras sopa-de-letras
Maria Letras sopa-de-letras
Maria Letras sopa-de-letras
Maria Letras sopa-de-letras
Maria Letras sopa-de-letras
Maria Letras sopa-de-letras
Olhos tristes
Postos no chao
Ignorando a beleza do mar
Que tanto me fascina
Ignorando o vento
Que me acaricia
Isolada do mundo
Assim sou eu
Quando te afastas de mim
Maria Letras sopa-de-letras
Corpo ao alto
Firmando apenas
As pontas dos cascos
Cauda arrebitada
Olhar concentrado
Na linha do horizonte
Pelo branco e brilhante
Sangue quente
Correndo nas veias
Assim sou eu
Aguardando
A tua chegada
Para juntos
Lado a lado
Galoparmos
Galoparmos
Sem destino
Maria Letras sopa-de-letras
Um homem
`Es apenas um homem
Nada mais do que um homem
Tao simples quanto isto:
Um homem.
Porem, para mim
Nao `es um homem.
Nao!
Para mim tu nao `es um homem.
Para mim ...
Tu `es o homem.
OUVINDO.........
Chegam-me os teus sons
O som quente do teu amor
O som alegre da tua euforia
O som doce do teu carinho
O som acido da tua traquinice
O som amargo da tua magoa
O som agudo do teu grito
VENDO...........
Vejo-te caminhando para mim
Lentamente
Vejo-te sorrir
Num sorriso acanhado
Vejo-te levantar os bracos
E envolveres-me
Vejo desaparecer
Tudo em redor
CHEIRANDO........
Cheiro a tua presenca
E nela adivinho
O cheiro do estado
Da tua alma
Cheiro tudo
Quanto `e femea
Em teu redor
Absorvendo
O cheiro da ameaca
SABOREANDO.............
Saboreio o teu beijo
Qual manjar
Vindo dos ceus
Saboreio a tua pele
Como quem
Saboreia o vento
Saboreio o sal
Das tuas lagrimas
Que tempera
O louco amor
Que me ofereces
TACTEANDO........
Tacteio o teu coracao
Procurando
As certezas que me faltam
Tacteio o teu rosto
Certificando-me
De que `es real
Tacteio a tua mao
Para nos teus dedos
Entrelacar os meus
Sinto-te com os meus cinco sentidos........`es o homem.
Maria Letras sopa-de-letras
O mostrengo que está no fim do mar
Na noite de breu ergueu-se a voar;
A roda da nau voou três vezes,
Voou três vezes a chiar,
E disse: «Quem é que ousou entrar
Nas minhas cavernas que não desvendo,
Meus tectos negros do fim do mundo?»
E o homem do leme disse, tremendo:
«El-Rei D. João Segundo!»
«De quem são as velas onde me roço?
De quem as quilhas que vejo e ouço?»
Disse o mostrengo, e rodou três vezes,
Três vezes rodou imundo e grosso.
«Quem vem poder o que só eu posso,
Que moro onde nunca ninguém me visse
E escorro os medos do mar sem fundo?»
E o homem do leme tremeu, e disse:
«El-Rei D. João Segundo!»
Três vezes do leme as mãos ergueu,
Três vezes ao leme as reprendeu,
E disse no fim de tremer três vezes:
«Aqui ao leme sou mais do que eu:
Sou um povo que quer o mar que é teu;
E mais que o mostrengo, que me a alma teme
E roda nas trevas do fim do mundo,
Manda a vontade, que me ata ao leme,
De El-Rei D. João Segundo!»
Fernando Pessoa, Mensagem, 1934
Quarta-feira, 20 de Junho de 2012
Maria Letras sopa-de-letras
Se
Se consegues manter a calma quando à tua volta todos a perdem e te culpam por isso.
Se consegues ter confiança em ti quando todos duvidam de ti e aceitas as suas dúvidas
Se consegues esperar sem te cansares por esperar ou caluniado não responderes com calúnias ou odiado não dares espaço ao ódio sem porém te fazeres demasiado bom ou falares cheio de conhecimentos
Se consegues sonhar sem fazeres dos sonhos teus mestres
Se consegues pensar sem fazeres dos pensamentos teus objectivos
Se consegues encontrar-te com o Triunfo e a Derrota e tratares esses dois impostores do mesmo modo
Se consegues suportar a escuta das verdades que dizes distorcidas pelos que te querem ver cair em armadilhas ou encarar tudo aquilo pelo qual lutaste na vida ficar destruído e reconstruíres tudo de novo com instrumentos gastos pelo tempo
Se consegues num único passo arriscar tudo o que conquistaste num lançamento de cara ou coroa, perderes e recomeçares de novo sem nunca suspirares palavras da tua perda.
Se consegues constringir o teu coração, nervos e força para te servirem na tua vez já depois de não existirem, e aguentares quando já nada tens em ti a não ser a vontade que te diz: "Aguenta-te!"
Se consegues falar para multidões e permaneceres com as tuas virtudes ou andares entre reis e pobres e agires naturalmente
Se nem inimigos ou amigos queridos te conseguirem ofender
Se todas as pessoas contam contigo mas nenhuma demasiado
Se consegues preencher cada minuto dando valor a todos os segundos que passam
Tua é a Terra e tudo o que nela existe e mais ainda, tu serás um Homem, meu filho!
(Tradução de Vitor Vaz da Silva do poema "IF" de Rudyard Kipling)
Maria Letras sopa-de-letras
Maria Letras sopa-de-letras
Se eu pudesse num verso
Derramar toda a angustia
Que mora no meu peito
Se eu pudesse num verso
Espatifar esta saudade
Que tanto mal me tem feito
Se eu pudesse num verso
Destruir a amargura
Que sempre me acompanha
Se eu pudesse num verso
Desfiar todas as pontas
Desta minha dor tamanha
Se eu pudesse num verso
Virar-me pelo avesso
E sacudir a minha alma
Se eu pudesse num verso
Mostrar a tempestade
Escondida nesta calma
Se eu pudesse num verso
Descobrir novamente
As ja desfeitas ilusoes
Talvez ate esse verso
Pudesse conter em si
Toda a obra do Camoes
Poema e fotos de Maria Letras
Maria Letras sopa-de-letras
Maria Letras sopa-de-letras
DIME
(Atribuido a Borges. Autor: Gustavo Alejandro Castiñeiras. Nombre original: Poema de un Recuerdo)
un Escritor Argentino Contemporáneo, autor de este poema: Poema de un Recuerdo)
Dime por favor donde no estás
en qué lugar puedo no ser tu ausencia
dónde puedo vivir sin recordarte,
y dónde recordar, sin que me duela.
Dime por favor en que vacío,
no está tu sombra llenando los centros;
dónde mi soledad es ella misma,
y no el sentir que tú te encuentras lejos.
Dime por favor por qué camino,
podré yo caminar, sin ser tu huella;
dónde podré correr no por buscarte,
y dónde descanzar de mi tristeza.
Dime por favor cuál es la noche,
que no tiene el color de tu mirada;
cuál es el sol, que tiene luz tan solo,
y no la sensación de que me llamas.
Dime por favor donde hay un mar,
que no susurre a mis oídos tus palabras.
Dime por favor en qué rincón,
nadie podrá ver mi tristeza;
dime cuál es el hueco de mi almohada,
que no tiene apoyada tu cabeza. Dime por favor cuál es la noche,
en que vendrás, para velar tu sueño;
que no puedo vivir, porque te extraño;
y que no puedo morir, porque te quiero
Maria Letras sopa-de-letras
Deixa-me ser a tua amiga, Amor,
A tua amiga só, já que não queres
Que pelo teu amor seja a melhor
A mais triste de todas as mulheres.
Que só, de ti, me venha magoa e dor
O que me importa a mim?
O que quiseres É sempre um sonho bom!
Seja o que for, Bendito sejas tu por mo dizeres!
Beijá-me as mãos, Amor, devagarinho...
Como se os dois nascessemos irmãos,
Aves cantando, ao sol, no mesmo ninho...
Beija-mas bem!... Que fantasia louca
Guardar assim, fechados, nestas mãos,
Os beijos que sonhei pra minha boca!
FLORBELA ESPANCA
Maria Letras sopa-de-letras
Maria Letras sopa-de-letras
Os olhos escurecem e dir-se-ia
Que é de lá
Que a tristeza das coisas irradia…
A tristeza das coisas… Afinal,
Ó tristeza das coisas, tu existes
Dentro de nós, em nossas almas tristes
Como um eco da dor universal!
Ó silêncio das coisas, é ouvindo
O próprio coração que te escutamos!
E as lágrimas das coisas vão caindo …
E somos nós que as choramos!
Sim, nós!… Quem sofre e chora, somos nós!
Um choro de cobardes e vencidos,
Nessa hora de sombra em que, transidos,
Olhamos em redor… e estamos sós!
Sós! Todos sós! Ó almas solitárias,
Vede a tristeza da tarde!
É vendo-a que a noss’alma desolada
Se sente mais sòzinha, abandonada,
E o nosso coração é mais cobarde…
É vendo a claridade agonizar,
Como um olhar voluptuoso e triste,
Que sentimos subir-nos surdamente
Aos olhos o desejo de chorar
Baixinho, docemente,
Sobre o peito de alguém… que não existe!
E, quando sobre o mar
Cai a noite do céu pesadamente,
A gente, sem querer… põe-se a chorar!
Poeta: MANUEL LARANJEIRA (1877-1912)
parte do poema "`A Tarde"
Maria Letras sopa-de-letras
Maria Letras sopa-de-letras
Ânsia de amar! Oh ânsia de viver!
um’hora só que seja, mas vivida
e satisfeita… e pode-se morrer,
- porque se morre abençoando a vida!
Mas ess’hora suprema em que se vive
quanto possa sonhar-se de ventura,
oh vida mentirosa, oh vida impura,
esperei-a, esperei-a, e nunca a tive!
E quantos como eu a desejaram!
e quantos como eu nunca a tiveram
uma hora de amor como a sonharam!
Em quantos olhos tristes tenho eu lido
o desespero dos que não viveram
esse sonho de amor incompreendido!
Poeta: Manuel Laranjeira (1877-1912)
Maria Letras sopa-de-letras
Afastem-se de mim, que pego fogo
Deixem que seja eu a consumida
Nao me ponham `a frente o mesmo jogo
Porque sei de cor cada partida
Deixem que a minha alma grite
Tapem os ouvidos se quiserem
Pois ela vai gritar ate que eu fique
Sem sentir os males que me fizerem
Nao facam de mim um brinquedo
Porque de brinquedo nada tenho
Sou uma mulher que nao tem medo
Da luta em que creio e que me empenho
Deixem-me so que quero chorar
Ate que a magoa me seque o coracao
Antes ser o rochedo em alto mar
Do que casca de noz sem direccao
poema: Maria Letras
tela(desatino): Maria Letras
12 seguidores
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.